Os estabelecimentos comerciais que você frequenta estão seguros para o retorno das atividades pós COVID-19?

Estamos nos preparando para o retorno às atividades "normais" no entanto, os riscos de contágio pelo COVID-19 ainda existem e são grandes. Será que estamos fazendo as perguntas certas antes de voltarmos a frequentar os estabelecimentos comerciais que estávamos habituados?

O que torna o Corona vírus COVID-19 muito mais contagioso e letal do que outros vírus é sua capacidade de se espalhar por portadores assintomáticos. Hospedeiros assintomáticos podem parecer saudáveis, passar nos testes de temperatura e não mostrar sintomas visíveis enquanto transmitem o vírus simultaneamente. Quando esse fato é associado a uma sala com inadequada ou baixa ventilação, pode levar a um “Evento de Super Propagação”, como foi o caso do famoso restaurante em Guangzhou, do call center na Coréia do Sul e de muitos outros. De fato, mais de 70% de todos os “eventos de super propagação” ocorreram em salas confinadas com ventilação insuficiente ou inadequada.

Os três mecanismos principais para espalhar o COVID-19:

  • Contaminação de superfície;
  • Uma pessoa infectada espirrando ou tossindo em você; e
  • Transmissão aérea do vírus como um aerosol.

Os dois primeiros podemos controlar lavando as mãos constantemente, usando máscaras e praticando o distanciamento social. Mas o terceiro mecanismo requer a ajuda de proprietários e gerentes de edificações e estabelecimentos comerciais e é de nossa responsabilidade fazermos alguns questionamentos para proteger nossa saúde e garantir a nossa segurança e daqueles a nossa volta.

Um relatório recente da Academia Nacional de Ciências observou que “gotículas da fala geradas por portadores assintomáticos podem emitir milhares de gotículas de fluido oral por segundo. Em um ambiente de ar fechado e estagnado, elas podem ser visíveis (usando técnicas de espalhamento a laser) por 8-14 minutos. Essas observações confirmam que há uma probabilidade substancial de que a fala normal cause transmissão de vírus no ar em ambientes confinados. ”

Retorno a “VIDA NORMAL”

Enquanto nos preparamos para voltar às atividades habituais e consideramos entrar novamente em nossos locais de trabalho / religiosos / diversão / educação / alimentação, há algumas perguntas que você deve fazer às pessoas responsáveis ​​pelo ar condicionado nessas instalações:

1. Quando foi a última vez (se ocorreu alguma vez) que este prédio foi avaliado para garantir que as salas tenham o número adequado de trocas de ar por hora?

Diferentes ambientes, dependendo da ocupação e função possuem padrões para o número de trocas de ar por hora, ou seja quantas vezes todo o ar do ambiente é renovado em uma hora. A avaliação, conhecida como comissionamento, garante que esses padrões sejam atendidos. Muitos edifícios nunca foram devidamente comissionados, pois muitas vezes essas atividades são eliminadas como forma de reduzir o custo inicial do edifício. Outros não foram verificados (recomissionados) há anos. Um estudo recente realizado pelo Imperial College e pela Penn State University em uma escola secundária nos EUA concluiu que aumentar as taxas de renovação de ar para o padrão estabelecido pela ASHRAE¹ seria tão eficaz quanto vacinar 60% dos ocupantes (e isso pode ser feito agora).

2.Quando foi a última vez que os filtros no sistema de resfriamento foram verificados/trocados?

A recomendação atual é aumentar o nível MERV (Valor Mínimo de Classificação Efetiva) em pelo menos um a dois níveis (preferencialmente MERV 13 ou superior), o que fornece uma filtragem de ar aprimorada para pequenas partículas transportadas pelo ar. A classificação dos filtros e suas características podem ser verificado na Tabela de classificação de filtros de ar)

3.A quantidade de ar externo para o sistema de refrigeração foi aumentada para melhorar a qualidade do ar?

A ASHRAE¹ está recomendando que todos os gestores de edificações aumentem a porcentagem de ar externo para reduzir a disseminação interna de patógenos.

4.O ar neste edifício está sendo monitorado quanto à qualidade e ventilação adequada?

O monitoramento contínuo do ar é importante para ajudar a identificar problemas rapidamente. É necessário um bom registro para estabelecer padrões de conforto humano aceitáveis.

Mudança de pensamento

A maioria de nós não tem o hábito de avaliar as condições dos sistemas de climatização e aquecimento nas salas em que passamos grandes períodos de tempo. A questão da ventilação insuficiente ou inadequada tem sido historicamente uma questão de desconforto térmico (alguns ocupantes sentem mais calor; outros sentem mais frio). No entanto, com a alta probabilidade de que a transmissão do COVID-19 ocorra através da transmissão aérea em espaços confinados, agora se torna uma questão muito mais importante. É recomendado que você faça algumas dessas perguntas-chave antes de voltar ao seu local de trabalho / lazer / religiosos / educação / restaurantes / entretenimento, para que saibamos que eles estão seguros para retornarmos a “vida normal”.

Este artigo é uma tradução livre realizada pela ZIENZ Eficiência Energética em parceria com o Autor.

Escrito por: Paul Bemis – Presidente eleito ASHRAE¹ Chapter Granite State

¹Sociedade Americana dos Engenheiros de Aquecimento Refrigeração e Ar Condicionado

Paul Bemis é o atual presidente eleito do Chapter de Granite State da ASHRAE (Sociedade Americana dos Engenheiros de Aquecimento Refrigeração e Ar Condicionado). Paul é o atual presidente da Applied Math Modeling Inc, fornecedora de serviços de modelagem de fluxo de ar no setor de Data Centers, e é natural de New Hampshire. O autor pode ser contactado por paul.bemis@coolsimsoftware.com

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